Eu me fiz a pergunta “o que é importante pra mim?” em 2017 e fiquei chocada com a minha resposta. Não com o conteúdo em si (por mais que tenha sido bem raso), mas porque eu não consegui identificar se aquela resposta era MINHA mesmo - se era o que eu realmente considerava importante - ou se eu só estava replicando um discurso clichê.
Basicamente, importante pra mim, era passar pelo tabuleiro do jogo da vida e fazer dinheiro pra ter uma vida confortável — ainda que eu só fosse usufruir disso depois que passasse “a fase” de dedicar minha vida ao trabalho. Alguém se identifica?
Pois bem. Acontece que com as limitações que o burnout e a depressão trouxeram para minha vida, minha resposta deixou de fazer sentido. Fui obrigada pela primeira vez a responder a essa pergunta DE VERDADE.
Não foi fácil, não foi de bate-pronto nem logo que a resposta veio. Foi um processo, uma jornada de olhar pra mim, me conhecer, me cuidar, testar hipóteses (porque às vezes a gente acha que uma coisa é importante, mas na prática vê que não é tanto assim).
Percebi que “o que é importante pra mim” não era a única resposta que não me pertencia mas eu carregava comigo. Tive que desconstruir e reconstruir os meus conceitos de felicidade, sucesso, fracasso, produtividade, utilidade, e, principalmente, de viver.
Descobri que importante pra mim é poder me expressar de alguma forma, é ter uma rede de apoio com quem eu possa contar, é ter uma vida equilibrada (e não soterrada em trabalho), é ter saúde de verdade (saúde física, emocional e mental; só a ausência de doenças não é o suficiente), é ter dinheiro pra pagar minhas contas e ter paz. Importante pra mim é me cuidar e viver, aproveitar a vida agora, não quando eu me aposentar.
E você, já parou pra pensar o que é importante de verdade pra você?
